quinta-feira, 26 de julho de 2012


Um amor nosso

Um amor nasce
Ou ele já existia?
Um amor  no ar
Que é paciência
É uma tentativa de entender.
Como isso foi acontecer?
Está escrito?
Você viu nas estrelas?
Os anjos lhe falaram?
E meu coração se abriu!
Um amor nosso
Que de tão grande, dói.
Mas sem medo.
Você já é minha segunda mente,
que me faz conscientemente contente.
Sou amada!
E eu amo!
Eu amo porque e ponto.
Mas eu explico...
Uma sensatez rara.
Como?
Se amar nos deixa loucos?
Sim é sensato
Eu o admiro.
Você é meu caminho.
E eu a tua volta.
Nós somos o grande encontro.
Você chega e eu chego.
E o mundo desaparece.
O mundo é nosso.
O mundo é a imagem
de nossas mãos dadas.
De bocas coladas e caladas.
Porque não precisamos dizer nada.
E quando dizemos:
-Eu te amo sem medo
A mágica da certeza divina nos juntou
Somos agora o amor,
Em nosso mundo!

quinta-feira, 12 de julho de 2012


Versos

E o que seria de mim sem os versos?
Mesmo eu falando tanto...
-Nossa como ela fala!
Mas minha fala não vai até onde dói.
Onde dói?
Os versos escutam as dores aqui dentro.
Nem minha mente conhece.
Parece que a mão e os olhos
ganham vida.
Eles falam de mim.
Completamente transparente.
E parecem remédios para
Tristezas, alegrias, para a vida.
Meus versos...
Que já disse que não serviam para nada...
É mentira!
Vocês são tão importantes.
São as vozes do meu silêncio.
São as falas de tantas lágrimas.
São formas de entender
ou fazer alguém entender.
O que a boca não diz,
nem tremendo.
Vocês, sem rimas,
desconhecidos, simples,
errados, tristes, alegres,
opacos, coloridos,
noturnos...
São as melhores formas de alívio, de entendimento.
Meus versos que já fizeram alguns chorar ou viajar.
Me mostram completamente
Meus versos, sou grata.
Nessas horas vocês são luzes
São tão aconchegantes,
São eu, sou eu versificada.


Sem som

Hoje eu não quero falar de jardins
Nem floridos, nem ressequidos.
Não quero falar de solidão,
de faltas, de saudades...
Muito mesmo de estradas, estrelas
falta de estribeiras, nada.
Nem de mar, cores, rimas, tempo.
Não quero falar de nada.
Quero apenas o poder do silêncio.
Silêncio interno.
Silêncio das batidas do meu coração, para te.
Quero o silêncio dessa caneta.
Quero o silencio da alma perdida, muda, nua...
O silêncio exigido ou dado.
Silêncio de olhos fechados.
Silêncio de todos os meus sentimentos
Silêncio, tristeza, alegria, saudade...
Silêncio, desejo e felicidade.
Silêncio, lembranças da infância.
Não quero ouvir nada.
Nem teus passos
Nem tua respiração perto
Nem a estridente lágrima dos meus olhos no escuro, do teu lado.
Silêncio da minha garganta dado um nó
Silêncio todos os sentimentos
barulhentos nesse corpo ensurdecedor... ao teu lado.

A ida

Vida curta
Vida dura
Vida boa
Vida a toa
Que vida boa
Vida que sangra
Vida que se esquece
Vidas que se cruzam
Vidas que se unem
Vidas que se separam
Vidas que seguem
Depois, vida?
Que vida temos nesses tempos?
Sua vida pode não ser sua.
Sua frágil vida
E quem te deu a essa vida?
Vida...
É a vida...conformidade.
E a vida? Incerteza
Ai que vida boa
Dá até para respirar ainda
antes que ela finda.
Fim da vida.
Que pode ser em vida
Morto em vida.
Até o fim.

Meu quadro é o mar

O dia amanheceu e eu estava na praia ainda
Com pessoas estranhas
Com um gosto de álcool na boca
às seis da manhã.
Mas nada impediu a contemplação.
Andei a cem por hora em cima da arrebentação.
O vento salgado...
O riso alto...
que amanhecer.
Nem lembrava mais do que tinha
feito na noite (veloz)...
Importava a grande chegada.
Aquela imensa claridade que mostrava o mar.
-Que lindo!
Gritava!
Que quadro perfeito.
Pela janela do carro...
As ondas vindo e indo
Meu braço estendido para tocá-las
Entrei no quadro real
Pisei nas cores
Me molhei na tinta verde
com detalhes brancos.
Retirei detalhes do autor.
Catei as conchinhas.
O dono do quadro não brigou.
O quadro a cada instante mudava.
O autor colocava a bola amarela mais em cima
Sua luz muito forte
Ilumina até atrás do meu coração
(Um lugar que desconheço)
Saio do quadro
mas ele agora está dentro de mim.
Num lugar desconhecido.
Eu seria agora parte do quadro?
Na mente do pintor
ou na mente de quem viu?
Será que eles lembrarão?
Mesmo que não...
Aquele amanhecer no mar
foi o quadro mais lindo que já vi.

quarta-feira, 4 de julho de 2012


A menina no balanço

Sozinha naquele dia, ela sabia, sim ela sabia.
Mas o coração estava em luz.
Versificava à medida do balançar,
pensando o mundo na ida e na vinda.
No alto, como passa rápido.
No meio, como é perto do chão.
Quando se afastava para traz, pensava:
É verdade... o mundo se afasta quase sempre.
E eu fico.
Parada um tempo, no tempo.
Sim, o tempo parava naquele momento.
Até a respiração.
Até o vôo dos pássaros.
Até a outra criança do lado?
O tempo parava como ela.
Mas a menina sentia a volta.
O mundo no balanço
e ela o impulsionava sozinha...
quando triscava os pés no chão.
Vou mais uma vez e mais alto!