quinta-feira, 21 de junho de 2012


A mágica chegada

Eu ainda não sei o que há
por traz dos teus olhos.
Vejo um olhar calmo e devastador.
Queria ver o que se passa na tua mente,
se passa a gente...
Se somos protagonistas de uma história de amor,
com risos e beijos,
nos mais altos sonhos
que podemos colocar em uma caixinha de música,
mas com uma música que só nós dois escutamos.
Queria saber se um dia veremos juntos o mar,
e se deixaremos a água percorrer nossos corpos.
Se vamos juntos, pela primeira vez,
ouvir o som de uma enorme cachoeira
e dizer um ao outro:
Queria ver isso com você do meu lado.
Queria e quero tanto saber desse futuro.
Mas, mais ainda quero saber e sentir o presente.
Sentir mais tua presença,
física ou não.
Quando fecho os olhos tua imagem vem,
e quase sinto teus enormes braços, tão acolhedores...
me envolverem.
Que me fazem sentir tão pequena e protegida.
Quero ouvir tuas histórias
e fazer parte delas também.
Quero sentir tua barba roçar no meu ouvido
antes de dizer:
minha bebê...
Quero.
Eu quero!
E já digo e sei,
Você está abrindo algumas portas esquecidas
que pensava que nem tinham mais as chaves.
Você agora está sendo a chegada de um sentimento bom.
Que já me faz rir,
Que já me faz sentir
E desejar no presente
Mais ainda
e sonhar com esse futuro e presente
magicamente encantados

quarta-feira, 20 de junho de 2012


Arromba a porta

A tristeza tem feito visitas rotineiras
Ela, às vezes, chega de mansinho e
beija-me a testa,
outras vezes, ela chega tão explosivamente
que chega a quebrar a porta,
quebra a alegria
quebra o dia,
quebra à tardinha... quase no pôr do sol.
quebra uma força.
A tristeza é algo tão comum em mim
que até espero a próxima visita.
Mansa ou explosiva.
Quando se vai parece que falta algo.
Penso, elenco coisas, pessoas,
mas não...
Falta ela.
E quando ela vem de mansinho
ou explosivamente,
me traz presente fugazes,
lágrimas e mais lágrimas.
Regaria um jardim de lírios.
Regaria pelas madrugadas...
Eu nem sei se me acostumei ou não.
Sei que ela sempre vem,
Sempre visita meu
calejado coração.

terça-feira, 5 de junho de 2012


Livro, vestido, música e motivos

Ela está mais uma vez
sozinha com um livro nas mãos.
Ela o abraça com quem abraça um sentimento.
E mais uma vez ela está
naquele vestido preto,
que não é luto, nem negação...
é isolamento.
Ela anda pelo imenso pequeno quarto
que agora é colorido,
antes era branco.
Mas sua alma está opaca.
Assim como seus olhos...
Ainda com o livro nas mãos
ela não o abre.
Anda no espaço pequeno para lá e cá.
Cantarolando mentalmente
uma música que fala de amigos.
Mas ela está sozinha.
E sabe, pelo menos hoje, supostamente os motivos.
Mas a música vai aumentando
até o foco dos olhos opacos voltarem.
Ela não sabe quanto tempo ficou assim...
ali, com aquele livro nas mãos.
Nem o abriu.
Nesse momento ela chorou.
Por causa da música
do livro
do vestido
dos motivos.
Sim, ela chorou.
Porque tudo era pesado demais
como aquela música na mente,
os versos do livro...
que ela não ousou em ler,
e os nos motivos que a perturbava.
Lágrimas depois, ela se deitou.
Sem o livro, que ficou na mesa.
Sem o vestido, que ficou no chão.
Ficou apenas com os motivos
e a música na cabeça.
Cantarolou até dormir...
e ela dormiu profundamente.
Num quarto altamente colorido
mas que agora era escuro.